segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ignorar as redes e mídias sociais nas disputas eleitorais pode ser fatal



Marcelo Rebelo* – articulista do Minuto Mais

Nestas eleições de outubro, as redes sociais serão ainda mais importantes para as campanhas eleitorais. Com menos tempo de campanha na tevê aberta, com a diminuição de verba e com o fim das doações empresariais para as campanhas, a presença nos meios virtuais aparece como uma opção de visibilidade mais barata, eficaz e até decisiva.

Alguns políticos ainda não se deram conta disso e cometem o equívoco de não darem a devida importância às redes e mídias sociais. Isso pode ser fatal e o preço a pagar pode ser uma derrota nas eleições.

Todo parlamentar deseja o status de “Político 2.0”, mas apenas uma minoria efetivamente sabe fazer uso das ferramentas para interagir com seus eleitores e conseguir dividendos políticos. Nessa ânsia, comentem o maior dos pecados, que é aventurar-se nas redes sociais sem o mínimo de preparo e de planejamento, não dimensionando o estrago que elas podem causar.

Muitos políticos ainda gabam-se por não usarem os recursos digitais, ou pior, quando se valem deles, utilizam-nos de maneira totalmente equivocada: da mesma forma que santinhos e faixas para disputar eleições, como uma via de diálogo de mão única. Eu falo, você escuta. Geralmente ignoram um preceito básico para o sucesso nas redes sociais: a interatividade com os usuários.

A falta de habilidade por parte dos parlamentares para interagir com os internautas leva a falhas nos meios virtuais que prejudicam o objetivo final como meio de comunicação. As mais comuns apontadas por especialistas são: excesso de autopropaganda, inexistência de interatividade, não atualização dos dados, foco em apenas um tema, mensagens que agridem a norma gramatical e principalmente ignorar as críticas e não responder às dúvidas.

Outro problema muito comum e não perdoado pelos eleitores é o oportunismo. Muitos políticos apenas participam das discussões nas redes quando o assunto é favorável a eles. Quando são elogiados, respondem praticamente na hora com toda simpatia. Entretanto, quando são criticados ou instados a participar de debates polêmicos fogem tal qual o diabo da cruz.

Recentemente, aqui em nosso município, a rede social Itabirito, arena virtual das discussões políticas locais e com mais de 12 mil participantes, foi palco de um debate sobre a redução salarial dos vereadores, por meio de dois artigos com opiniões distintas. O assunto fomentou acaloradas discussões, o que era esperado por tratar-se de assunto tão controverso.

Infelizmente, os mais interessados na questão, no caso os vereadores municipais, não deram às caras no debate. Inclusive, alguns parlamentares, presentes no grupo, fingiram-se de mortos. Isso é imperdoável, pois a opinião deles sobre tema tão polêmico, que vem sendo debatido em todo o país, seria fundamental. Ainda mais que há um movimento na cidade colhendo assinaturas para um projeto de iniciativa popular para reduzir os salários deles.

Essa omissão certamente foi notada, pelos internautas e eleitores, e é um ponto a menos na credibilidade dos vereadores dispostos a interagir nos demais grupos virtuais do município.

O segredo para o sucesso nas redes sociais é muito simples e atende pelo nome de planejamento. É preciso planejar essa presença digital. Isso inclui definir qual será o segmento de atuação e como essa presença será feita. É importante ter consciência de que é impossível agradar a todos. É necessário definir que assuntos serão abordados, se o perfil será alimentado pelo próprio profissional ou será por uma equipe. Quais temas serão evitados e em caso de crise, quem será o responsável por responder na web.

Acredito ser impensável, num mundo conectado como o atual, os políticos não participarem ativamente das redes e mídias sociais. Isso demonstra atraso, ignorância, afasta o eleitor e empobrece a democracia.

*Marcelo Rebelo é jornalista, relações-públicas, pós-graduado em E-commerce e servidor efetivo da Secom da Prefeitura de Itabirito.
http://minutomais.com/itabirito/ignorar-as-redes-e-midias-sociais-nas-disputas-eleitorais-pode-ser-fatal.html

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